Brasil,
Roubo de carro
não há jeito de acabar com isso?

Joelmir Beting, escreveu em 6/2/2000 em O Estado de São Paulo demonstrando que no Brasil há uma vasta cadeia de fornecedores de serviços e uma baita rede de distribuidores de veículos. Ou melhor: uma rede de receptadores a céu aberto. Chama-se Roubobrás S.A. Ano passado, ela movimentou no grito e na bala exatamente 370 mil veículos de todos os tipos. Ou mil por dia. Ou 1 veículo roubado ou furtado para cada 52 veículos em circulação. Um recorde mundial. São Paulo, capital e interior, entra com 55% dos roubos registrados. O Rio, em segundo, com 22%.
Ele ainda fala da Fraudebrás S.A. O proprietário "esperto" simula a perda do veículo para surrupiar a seguradora. Que se defende tal como banco ou loja sob calote: cobrando mais dos clientes honestos e pontuais.
Será que as autoridades policiais não conhecem quem são esses criminosos? Aliás nós pagamos impostos para isso também, não é verdade? Quando, afinal, essa atividade criminosa se renderá à ação policial? Há um jeito para isso? Ou continuaremos com este descaso?
O otário é você?
Eliane Cantanhêde escreve para a Folha de São Paulo, (6/2/2000, Opinião, p. 2), o depoimento do representante das Farmáricas na CPI sobre o remédio BO ('Bom para otário'). Ela fala que existe dois tipos de otários no que diz respeito aos medicamentos BO.

1) O otário rico é aquele que acredita em Papai Noel e em remédios caríssimos e milagrosos contra a impotência, celulite e calvície; e

2) O otário pobre é o oposto, pois já não acredita mais em nada, nem no SUS, médico ou posto de saúde. Vai direto à farmácia e pede um remedinho para dor de cabeça, dor de barriga, ou gripe. O sujeito do balcão, de óculos, jaleco branco e ar de entendido, lhe vende uma caixa bonitinha a um preço camarada.

A situação dos BOs no Brasil é tão grave que eu poderia lhe perguntar: "já tomou o seu remedinho BO de hoje?"
Mínimo revela descaso
Artigo de Francisco Eduardo Barreto, pesquisador do Ipea. O Estado de São Paulo (06/03/2000, p. 2)

Ele afirma que o salário mínimo deixou de ser uma questão relevante no mercado de trabalho para se converter numa questão ligada à política de previdência e assistência social.

Ele propõe uma discussão aberta e clara sobre a questão dentro de um contexto de uma ampla reforma previdenciária, que ultrapasse os estreitos limites dos remendos até agora implementados.

O Estado brasileiro não pode continuar voraz em termos fiscais e avarento em termos sociais.

Como o mínimo é fator de reajuste em diversos valores, por exemplo, a aposentadoria, há uma resistência em se reajustar o seu valor. Seja como for, aposentadoria ainda parece ser um prêmio-ao-contrário para o trabalhador brasileiro. Se houvesse mais cuidado com o orçamento público e as máfias fossem debeladas, sobraria mais dinheiro para transformar, por exemplo, a aposentadoria em justo prêmio para um fim de carreira.
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